domingo, 10 de março de 2013


José Lopes: “Era pedreiro e virei empresário”


José Lopes começou a vender sorvete para complementar a renda. Hoje, fabrica 70 mil picolés por dia


              EM DEPOIMENTO A NATÁLIA SPINACÉ 

JOSÉ LOPES Empresário. Dono da marca de sorvetes Rochinha (Foto: Marcelo Min/Editora Globo)
JOSÉ LOPES
Empresário. Dono da marca de sorvetes Rochinha (Foto: Marcelo Min/Editora Globo)  




     




















                       



"Tudo começou em 1991, quando eu, minha mulher e meus filhos começamos a fazer sorvete em casa, como uma brincadeira. Fazíamos o sorvete na raça. Íamos testando a quantidade de fruta e de açúcar e provando, até ficar bom. Com o tempo, fomos aperfeiçoando nossa receita. Os amigos e vizinhos acabaram gostando também. Eu trabalhava como pedreiro. Resolvi vender os sorvetes na praia, em São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo, para complementar a renda. Comprei um carrinho de sorvete parcelado, e um amigo passou a vender os picolés na praia para mim. O sorvete começou a fazer sucesso. O carrinho ia cheio e voltava vazio.
 
Quando percebi que o negócio poderia dar certo, passei a tomar mais cuidado com a produção, até então feita na cozinha de casa. Passei a selecionar as frutas e a testar várias vezes a receita, até encontrar o ponto ideal. Essa parte de acertar o ponto do sorvete foi bem difícil. Anotava tudo com precisão, para fazer igual da próxima vez.


A procura pelo sorvete só foi aumentando. Minha família e eu passávamos a noite toda na cozinha, fazendo picolé para vender na praia no dia seguinte. Comecei a estudar sobre sorvete, a frequentar feiras para me informar como poderia profissionalizar o negócio. Numa feira em São Paulo, conheci seu Ademar, um instrutor de sorveteiros. Ele me ajudou muito. Me ensinou a comprar os produtos certos, me passou informações sobre o mercado, sobre como eu poderia fazer meu negócio crescer.

Fiz empréstimo para comprar as máquinas e o material necessário. O problema de vender sorvete na praia é que você depende do clima. Logo no começo, teve um ano em que choveu durante três feriados seguidos. Pensei em desistir. Não é fácil ter de contar com a boa vontade do tempo para um negócio. Tive vários momentos de desânimo. Mas os clientes sempre incentivavam. Diziam que nosso sorvete estava melhor que o da concorrência, que não deveríamos parar.


Em 1996 , comprei a marca Rochinha, que já existia. Não tive um lucro grande nos primeiros dez anos do negócio. Tudo o que ganhávamos era usado para investir mais e para pagar os empréstimos. Foram dez anos de muito trabalho e quase nenhum lazer. Em 2002, quando a marca já era mais conhecida, veio a proposta de transformá-la em franquia. Hoje, a Rochinha produz 70 mil picolés e 4 mil litros de sorvete de massa por dia. Nossa meta é triplicar essa produção em 2013. Ainda assim, não daremos conta de atender à demanda que temos."


Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Vida-util/noticia/2013/02/jose-lopes-era-pedreiro-e-virei-empresario.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário